sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Brincar de Gente Grande - Espetáculo Educativo

O espetáculo Brincar de Gente Grande, montado pela Cia. Caras de Totem e desenvolvido em parceria com a empresa Alliance One completa cinco anos de intensa atividade. Nestes cinco anos, o projeto visitou mais de 350 comunidades do interior dos três estados do sul do país alcançando um público estimado em mais de 100 mil alunos. A maioria destas comunidades nunca haviam tido a oportunidade de assistir a um espetáculo de teatro de bonecos desenvolvido por um grupo profissional e eis uma das maiores glórias deste projeto, descentralizar a cultura.
O caráter educativo e social soma-se ao fato de proporcionar à criança o acesso. Imaginem a criança se desenvolver sem nunca assistir a um espetáculo de teatro. É um fato lamentável, mas nestes cinco anos foi constatada esta realidade pelos depoimentos dos diretores das escolas. O projeto cumpre esta primeira meta. Na atualidade são poucas as empresas que investem na descentralização da cultura para levar arte para essas comunidades distantes. Hoje em dia, elas investem em cultura nos grandes centros, pois é ali que poderão encontrar maiores fontes de divulgação da sua marca, porém, fecham os olhos ao nosso Brasil de proporções continentais e necessidades culturais emergentes. O acesso deve ser facilitado, é uma via social e também uma forma de divulgar a marca em projetos realmente consistentes.
É neste sentido que o projeto Braços Abertos para o Futuro da empresa Alliance One, que patrocinou o espetáculo Brincar de Gente Grande, se destaca dos outros projetos no âmbito cultural. É um projeto de objetivos concretos e de atitudes de responsabilidade social verdadeira e não se utiliza de verbas públicas e dos incentivos fiscais para se tornar uma realidade. Enfim, a empresa se dispõe a realmente fazer algo pelo cidadão e opta pela arte do teatro de bonecos como instrumento de educação.
O assunto abordado na peça visa conscientizar a criança da importância dos estudos para um melhor futuro na vida. É nesta base que ela construirá sua consciência ecológica e passará a valorizar a vida no interior. Com esta ênfase nos estudos, o trabalho tem como objetivo evitar que a criança trabalhe em vez de ir à escola. Um dos problemas detectados no meio rural. Muitas vezes este problema esta estreitamente ligado às questões culturais trazidas pelos imigrantes europeus e não somente por uma necessidade econômica, então, com o espetáculo, pretende-se conscientizar a criança e o adolescente para que este possa conscientizar os seus pais. Também são passadas mensagens relativas ao uso correto do solo e cuidado com os animais, tudo isto com muito bom humor e um afinado apuro técnico de manipulação de bonecos.

Sinopse do Espetáculo
O espetáculo mostra com bom humor a realidade contrastante de duas famílias do interior. Nina gosta da terra e não abre mão dos estudos, enquanto o seu amigo Vermelho se encontra envolvido num grande dilema: estudo versus trabalho.
Genaro, pai de Vermelho, é um agricultor trapalhão com idéias ultrapassadas e não dá importância à natureza. Jogar lixo no rio, fazer queimadas sem a devidas precauções, não usar equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e prejudicar os estudos do filho por causa do trabalho são atos que vão refletir na sua vida e culminar no aparecimento da Bruxa da Ignorância e do Azar, seu lado negativo.
Na fazenda de Nina a situação é bem diferente. Em vez de usarem os defensivos, a decisão é combater as pragas com os predadores naturais. O pai de Nina é uma pessoa muito observadora e disposta a aprender novas técnicas relacionadas ao trato com a terra. Ele percebe que sua filha tem o gosto pela agricultura e que na escola ela aprende novas maneiras de manuseio e uso correto do solo.
Quando chegaram a maioridade, Nina e Vermelho vão para cidade grande. Ela para estudar Agronomia e depois voltar ao interior e ele em busca de uma nova vida. Lá se deparam com contrastes: muitas pessoas e poucos amigos, muitas oportunidades, porém, muita concorrência.
Após três anos na cidade, os destinos de cada um se tornam distantes, porém Nina convence Vermelho que o melhor caminho é retornar ao interior e lá construir uma nova vida. A história termina com a mensagem de que nunca é tarde para recomeçar.
Ficha Técnica
Charles Kray - Texto, Direção e Manipulação dos Bonecos
Lucas Strey - Manipulação de Bonecos e Contra-regragem
Jerri Job - Composição Musical
Denis Job - Composição e Execução Musical
Fernanda Bec - Fotografia

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Resgate da Cultura Indigena: As Morandubas

Moranduba significa história em Tupy-guarani. Elas eram criadas ao fim do dia e serviam para divertir e educar as pessoas da aldeia. Diferentes das lendas indigenas, pois abordavam aspectos da vida cotidiana da tribo, as Morandubas são exemplos de que os indios tinham um senso de humor muito apurado e criavam histórias que funcionam como as nossas fábulas, isto é, passavam algumas lições se utilizando de jogos de esperteza.
Em 1995, a Cia. Caras de Totem monta o espetáculo "A Moranduba de Jurema e Macunaíma" ou simplesmente "Moranduba". Neste mesmo ano, ela é selecionada para participar do 9° Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela e o grupo é considerado a revelação brasileira no cenário do teatro de animação. O espetáculo é considerado a imagem do Brasil, visto que setenta por cento dos grupos participantes do festival eram de fora do país.

A "Moranduba" conta a história de uma bela india que é acometida pelos efeitos causados pelo fogo do Tatá que é aceso na puberdade. Muitos pretendentes tentam ganhar o coração de Jurema, mas a conquista do seu amor dependerá do guerreiro que passar por uma das provas de coragem imposta por ela. Dar um abraço mortal em uma cobra grande (Jibóia), roubar o maracá de uma maracabóia (Chocalho de uma Cascavel) ou arrancar com os dentes as orelhas de um jaguar (Onça). As três provas são executadas por guerreiros apaixonados, mesmo sendo valentes, eles não conseguem obter êxito e acabam sendo devorados pelas feras. Macunaíma, porém, é o único indio que não se dispõe a enfrentar as feras e acaba convencendo que amor não se prova com sangue.

O texto foi adaptado do livro Morandubetá de Heitor Luiz Murat por Charles Kray e Tamara Cardoso André e é dirigido por Charles Kray que também manipula os bonecos, Lucas Strey que manipula e faz contra-regragem e a música é composta por Jerri Job e executada por Dênis Job. O espetáculo é destinado aos adultos, mas pode ser visto por todas as idades.