quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Resgate da Cultura Indigena: As Morandubas

Moranduba significa história em Tupy-guarani. Elas eram criadas ao fim do dia e serviam para divertir e educar as pessoas da aldeia. Diferentes das lendas indigenas, pois abordavam aspectos da vida cotidiana da tribo, as Morandubas são exemplos de que os indios tinham um senso de humor muito apurado e criavam histórias que funcionam como as nossas fábulas, isto é, passavam algumas lições se utilizando de jogos de esperteza.
Em 1995, a Cia. Caras de Totem monta o espetáculo "A Moranduba de Jurema e Macunaíma" ou simplesmente "Moranduba". Neste mesmo ano, ela é selecionada para participar do 9° Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela e o grupo é considerado a revelação brasileira no cenário do teatro de animação. O espetáculo é considerado a imagem do Brasil, visto que setenta por cento dos grupos participantes do festival eram de fora do país.

A "Moranduba" conta a história de uma bela india que é acometida pelos efeitos causados pelo fogo do Tatá que é aceso na puberdade. Muitos pretendentes tentam ganhar o coração de Jurema, mas a conquista do seu amor dependerá do guerreiro que passar por uma das provas de coragem imposta por ela. Dar um abraço mortal em uma cobra grande (Jibóia), roubar o maracá de uma maracabóia (Chocalho de uma Cascavel) ou arrancar com os dentes as orelhas de um jaguar (Onça). As três provas são executadas por guerreiros apaixonados, mesmo sendo valentes, eles não conseguem obter êxito e acabam sendo devorados pelas feras. Macunaíma, porém, é o único indio que não se dispõe a enfrentar as feras e acaba convencendo que amor não se prova com sangue.

O texto foi adaptado do livro Morandubetá de Heitor Luiz Murat por Charles Kray e Tamara Cardoso André e é dirigido por Charles Kray que também manipula os bonecos, Lucas Strey que manipula e faz contra-regragem e a música é composta por Jerri Job e executada por Dênis Job. O espetáculo é destinado aos adultos, mas pode ser visto por todas as idades.