quarta-feira, 6 de novembro de 2013
A Moranduba e o Festival de Canela
Em 1996 estreia a Moranduba no Festival Internacional de Bonecos de Canela. Antes havia passado na seletiva promovida durante a Semana do Teatro de Bonecos promovido pela AGTB. Era uma banca composta por profissionais da área. O espetáculo fora aprovado para entrar na programação. Ficamos satisfeitos, pois o trabalho era fruto de uma pesquisa que mudou os rumos da Cia. Caras de Totem, a partir de então, direcionamos os nossos olhares à técnica do teatro de luvas (fantoches).
De malas prontas, certa ansiedade, o grupo composto por Charles Kray (diretor/manipulador, bandolim, bonecos e cenografia) Tamara Cardoso André (manipuladora, adaptadora de texto, flautista, bonecos e figurino), Nataniel Piva Rocha (música, voz e violão) Cristian Freiberger (manipulação e percurssão) Leandro Roos Pires (iluminação) e Neidmar Roger (assistente de direção) vai em direção à Canela com expectativas razoáveis, mas sem esperar muita coisa.
Ao final da apresentação, surpresa geral, aplausos de pé, bonequeiros de várias partes do mundo visitando os camarins e felicitações. Para nós uma surpresa. Com certeza, saímos satisfeitos, pois estávamos tão bem entrosados que a apresentação foi uma brincadeira entre nós. Talvez fosse a grande diferença. Ríamos de nós mesmos. Era uma diversão. No saguão muitas felicitações. Fomos, naquela época, o grupo mais novo, com o diretor mais novo, com a manipuladora mais nova e então surgiu a referência de grupo revelação do festival. Não era nada formal e sim carinho por parte dos companheiros que acompanharam o nosso processo e viram o quanto estávamos empenhados em conhecer e pesquisar o teatro de bonecos. O resultado chegou da forma mais alegre possível.
Chegando em Santa Cruz do Sul, Neidmar Roger escreve um texto brilhante falando do festival e de sua aprendizagem durante o encontro. Estes tempos eram de pura confraternização e conhecimento. Vale a pena lembrar, pois eventos como este devem voltar, pois tinham o objetivo de encontro, de qualificação e muita diversão. Temos festivais, mas como aqueles, feitos por pessoas da área, o festival era agregado à ABTB (Associação Brasileira de Teatro de Bonecos), AGTB (Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos) com a curadoria e organização de Carlos Sena, são exemplos de convívio entre os artistas. Creio que este é o grande aprendizado e o exemplo que devemos levar aos organizadores de eventos. Isto não é saudosismo, e sim gratidão, e por isso devemos levar adiante ideias como esta.
Charles Kray – Diretor Cia. Caras de Totem.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Rabanete, Rapunzel....
Rabanete, Rapunzel
A história mostra a vida de Rapunzel, uma menina de longas tranças, aprisionada em uma torre. O drama começa quando sua mãe, ainda grávida, tem enorme desejo de comer raponzus. O legume é uma espécie de rabanete. O problema é que a horta se encontra no quintal de uma bruxa velha e malvada.
Depois de muita insistência, o pai de Rapunzel vai buscar os desejados raponzus, mas é flagrado pela bruxa. Ele é obrigado a prometer a filha em troca do alimento roubado. Se não cumprisse a promessa, a família seria amaldiçoada para sempre.
Quando o bebê nasce, o pai entrega a pequena nas mãos da bruxa. Com ciúmes e apego, a velha prende Rapunzel numa torre, deixando-a incomunicável com o mundo. A menina vira moça no lugar onde não havia portas nem escadas. Ela deixa suas tranças crescerem até alcançarem o chão. O cabelo seria jogado pela janela e utilizado como corda para a velha subir.
Certo dia, a prisioneira é encontrada por um príncipe. Ele passava pelas redondezas e fora atraído pelo canto triste de Rapunzel. Ela fica encantada com o fidalgo. Afinal, nunca havia conversado com alguém. Então, convida-o para subir na torre. Mas os dois são observados pela malvada, que arquiteta sua vingança. No dia seguinte, a velha corta as tranças de Rapunzel e a abandona no deserto.
Disfarçada com os cabelos da menina, a bruxa espera a volta do apaixonado rapaz. No dia anterior, ele havia prometido libertar Rapunzel do cativeiro. Sem perceber o disfarce da velha, o príncipe sobe pelas tranças. Antes de chegar ao topo, a malvada corta as madeixas, jogando-o nos espinhos. O príncipe fica cego devido aos ferimentos e passa a vagar à procura do seu grande amor.
O moribundo e Rapunzel se encontram no deserto. Um misto de surpresa e tristeza faz a amada beijar os olhos feridos. A dor se transforma em euforia ao perceberem a cura da cegueira. Desde então, o casal compartilha um amor sem fim.
Este conhecido conto de fadas foi adaptado ao teatro de bonecos utilizando a técnica de bonecos de luva. Com músicas compostas especialmente para o espetáculo sua abertura é feita pelo simpático Arlequim.
Um espetáculo engraçado, uma verdadeira comédia ao melhor estilo do teatro popular de bonecos.
Contatos para espetáculos:
charleskray@hotmail.com
fones:
(51) 3377 6550
(51) 9895 6366
Charles Kray
terça-feira, 3 de setembro de 2013
"Os Três Porquinhos" A nova produção da Cia. Caras de Totem
Espetáculo: Os Três Porquinhos
Grupo: Charles Kray e Cia. Caras de Totem
O espetáculo tem a sua abertura feita pelas músicas que compõe a trilha sonora. São três músicas executadas ao vivo com violão e voz ao melhor estilo Rock’n’roll. Este Lobo é Mau! Ele é rock’n’roll. As canções convidam a criança a participar com palmas e com muito entusiasmo. A partir de então, participam de forma ativa da história, muitas vezes se identificando com cada um dos porquinhos, outras vezes, os alertando do perigo e da presença do Lobo Mau. A história conta a forma com que cada porquinho constrói sua casinha quando se veem ameaçados por um lobo que anda pelas redondezas. Alertados pelo irmão mais velho, que já está construindo sua casa de tijolos, os mais novos decidem construir casas frágeis.
O brincalhão constrói uma casa de palha que é facilmente derrubada pelo Lobo Mau. Bastou o malvado soprá-la e a casa ir ao chão. Vendo que o irmão mais novo fizera uma moradia frágil, o segundo decide construir uma de madeira. Mesmo usando tábuas e pregos a casa não resiste ao fôlego do Lobo, que novamente põe a casa ao chão. Os dois porcos se refugiam na morada do irmão mais velho, que precavido e sabendo do perigo que representa o lobo, a constrói de tijolos. O Lobo sopra, mas não a coloca abaixo. Diante do fracasso, decide entrar pela chaminé e é surpreendido pelos porquinhos que colocam fogo em seu rabo. Desta forma eles afastam o perigo e deixam uma lição: devemos nos prevenir diante das dificuldades.
Além das músicas, o espetáculo “Os Três Porquinhos” conta com mais duas técnicas do teatro de animação para ilustrar esta história. Num primeiro momento é usada a tradicional técnica dos bonecos de luva (fantoches). Os porquinhos são os personagens humanizados, que andam em duas patas conforme as já tradicionais fábulas. A criação do boneco que representa o Lobo é mais aproximado do real. Normalmente sua aparição causa um estremecimento na plateia, num primeiro momento ele aparece uivando, anda em quatro patas e seus movimentos são reais fazendo com que a criança fique apreensiva com a segurança dos porquinhos. Depois de passada a primeira tensão o lobo usa das palavras para se comunicar com as crianças causando um enorme estranhamento, ao mesmo tempo, que dilui a tensão. Este jogo serve para manter uma certa ordem no espetáculo, visto que as crianças ficam realmente apreensivas e buscam incessantemente a comunicação com os porquinhos. O fato de o lobo conversar com elas alivia a tensão e assim, deixam que os porcos também conversem com o malvado.
O último momento do espetáculo, que se passa na casa de tijolos, a técnica utilizada é o teatro de sombras. Há uma outra percepção da peça, que acaba se transformando numa história em quadrinhos. Esta técnica possibilita a visualização em outra escala que seria impossível com os fantoches. Algumas alterações são feitas com os personagens, que desta vez, aparecem de corpo inteiro e o lobo já anda em duas patas. Sendo assim, o espetáculo Os Três Porquinhos diversifica as linguagens para obter uma solução de cenas como forma de atrair os olhares dos espectadores e ilustrar a magia das fábulas.
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